Mulher suspeita de negociar armas e drogas para o PCC e CV é presa em Taubaté, SP
03/07/2025
(Foto: Reprodução) Ana Lúcia Ferreira foi presa em uma operação contra o abastecimento de armas e drogas para traficantes. Vídeo registra momento em que mulher é presa por associação com facção, em Taubaté
Uma mulher apontada como operadora das maiores facções criminosas do país foi presa em Taubaté (SP), nesta quarta-feira (2), em uma operação contra o abastecimento de armas e drogas para traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) - veja o momento da prisão acima.
A suspeita foi identificada como Ana Lucia Ferreira, de 41 anos. De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher foi presa pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na avenida Vila Velha, no bairro da Estiva, em Taubaté. Um carro e o celular que estavam com ela foram apreendidos.
Ao g1, os advogados de Ana Lúcia Ferreira disseram que ainda não tiveram acesso ao processo.
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Operadora de facções
Segundo a Polícia Civil, Ana Lúcia Ferreira atua como traficante interestadual e é responsável pela negociação para compra de drogas e armas de fogo para as facções criminosas.
Ela é suspeita de gerenciar a logística interestadual nessas negociações e, por isso, vive se deslocando entre São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
Ainda segundo a Polícia Civil, a mulher ostenta imóveis, joias e veículos e segue padrão de vida incompatível com a renda declarada.
Ana Lúcia Ferreira é ex-mulher de Elton Leonel da Silva, o Galã, um dos chefes do PCC e por anos o principal fornecedor de drogas e armas na América Latina.
Ana Lúcia Ferreira é presa em Taubaté
Reprodução/TV Globo
Operação
Além de Ana Lúcia Ferreira, a operação da Delegacia de Combate as Organizações Criminosas e a Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) prendeu um homem e teve outros dois alvos.
O esquema investigado é um “consórcio” de organizações criminosas voltado para municiar o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Presos:
Ana Lúcia Ferreira: ex-mulher de Elton Leonel da Silva, o Galã, um dos chefes do PCC e por anos o principal fornecedor de drogas e armas na América Latina. Ana ainda teve um filho com outro integrante da facção. Ela foi presa nesta quarta-feira (2) em Taubaté;
Gustavo Miranda de Jesus: braço direito e operador financeiro de Fhillip da Silva Gregório, o Professor, morto com um tiro na cabeça em junho e até então o maior fornecedor do CV. Gustavo foi preso nesta quinta (3) na Pavuna, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Ana Lúcia Ferreira e Gustavo Miranda de Jesus
Reprodução/TV Globo
Conexões
O delegado Vinícius Miranda, titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, explicou que a investigação começou há mais de um ano, com foco inicial em Professor.
A partir da análise financeira e patrimonial, os agentes chegaram a Gustavo, que movimentou mais de R$ 250 milhões em nome da facção. Ele era responsável por lavar dinheiro da facção com empresas de fachada e eventos como bailes funk. Um dos estabelecimentos seria um mercadinho que, segundo a polícia, praticamente não tinha atividade comercial.
Operação mira abastecimento de armas e drogas para o tráfico
“Gustavo usava a própria família para movimentar os valores. Numa operação anterior, os pais e a irmã dele já tinham sido presos por emprestar contas bancárias para essas transações”, afirmou Miranda.
Já Ana Lúcia é apontada como peça-chave na articulação entre o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital. Ana tem histórico de envolvimento com líderes do PCC e usava seus contatos na fronteira com o Paraguai, em Ponta Porã (MS), para intermediar o tráfico de armas e drogas para as organizações.
“A Ana tem uma ligação direta com o ‘Professor’. Ela traz para o Rio o conhecimento que já tinha da região de fronteira. É uma articuladora que atua tanto para o Comando Vermelho quanto para o PCC”, afirmou o delegado.
Ana Lúcia Ferreira, traficante interestadual das maiores facções criminosas do país, é presa em Taubaté
Reprodução/TV Globo
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